quinta-feira, 29 de novembro de 2012

De novo Felipão



As melhores lembranças que tenho do Grêmio, na minha infância nos anos 90, foi com Luis Felipe Scolari como treinador.

Tudo bem que eu não entendia muito de futebol (às vezes ainda custo a entender certas decisões de cartolas do esporte bretão), mas sabia que o Tricolor Gaúcho estava sempre ganhando, pois eu via meu pai acompanhando os jogos pelo rádio, já que TV por assinatura naquela época era privilégio para poucos.

Sempre achei Felipão o melhor treinador do Brasil, da América, quiçá do mundo.

A última vez que torci pela seleção brasileira, foi em 2002, quando levou o time canarinho à conquista do pentacampeonato.

Quatro anos depois, em 2006, decidi torcer única e exclusivamente por Portugal na Copa da Alemanha, pois Felipão estava no comando, assim como estivera dois anos antes, em 2004, na Eurocopa perdida em casa, diante da Grécia.

Mas o tempo passa, as coisas mudam e as pessoas também.

Continuo achando Felipão um homem de caráter sem igual, transparente como poucos. Isso mesmo sem conhecê-lo pessoalmente. Continua sendo um bom treinador, caso contrário não teria conseguido, na base do grito, levantar a Copa do Brasil com o Palmeiras este ano, ou levado o alviverde à semifinal da Copa Sul-Americana em 2010.

No entanto, não era ideal que retornasse à seleção brasileira neste momento. Talvez não devesse retornar. São grandes as chances de arranhar a imagem bonita que construiu, com a perda do título na Copa de 2014.

Não havia nenhum motivo para Mano Menezes ter sido demitido, não fosse o apelo popular por Felipão, e o presidente da CBF, José Maria Marin, político que é, quis tirar a responsabilidade de suas costas, jogando-a sobre Felipão. É como se fosse "Se não ganhar, não posso fazer nada, nós trouxemos o treinador que queriam".

Junto com Felipão, retorna Carlos Alberto Parreira, como coordenador de seleções.

Não esperem que eu vá torcer por esta seleção brasileira, porque não irei. Torço por Luis Felipe Scolari, para que não se arrependa da decisão que tomou e possa saborear o bom e velho chimarrão, com a certeza da vitória no final.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fórmula 1 resgatando valores


Vettel: aos 25 anos tricampeão

A melhor ideia que a FIA já teve, foi fazer a decisão da temporada de Fórmula 1 em Interlagos. Circuito que proporciona excelentes corridas assim no mundo, não há.

Não é só a questão do traçado da pista, mas a parte meteorológica que faz o resultado da corrida (e do campeonato) mudar a cada instante.

Sebastian Vettel teve na última prova, o que podemos dizer de sorte de campeão. Sim, ele tem muita competência e já é um fenômeno mundial, aos 25 anos de idade, mas é preciso um pouco de sorte para sofrer um toque da maneira como sofreu logo após a largada, e ainda conseguir se manter na corrida, chegando em sexto, exatamente o que precisava, com Fernando Alonso estando em segundo. Caso Alonso vencesse, seria o campeão.

Alias, o espanhol mereceria um capítulo à parte. Levar aquele carro da Ferrari, terceira força da temporada, a brigar pelo título até o fim, só mostra o quanto ele também é um piloto fora de série. 

A Fórmula 1 voltou aos bons tempos, de corridas emocionantes e pilotos fazendo a diferença. Não só a máquina, como dizem hoje em dia.

Um campeonato com vários vencedores em etapas diferentes, marcado por mais uma despedida de Michael Schumacher e o retorno de Kimi Raikkonen, dando mais personalidade à categoria.

Mas o melhor momento, talvez, tenha sido o choro de Felipe Massa, no pódio de domingo (25). Ele não é de chorar. Não chorou nem em 2008, quando perdeu o título para Lewis Hamilton na última curva. Mas chorou em forma de desabafo, por ter uma primeira metade de campeonato ruim, onde muitos davam como certa sua saída da Ferrari.

Ele não saiu, renovou o contrato, e tem esperanças agora de começar de uma nova maneira a temporada de 2013. Que a equipe de Maranello possa fazer um carro à altura da dupla. E que as disputas continuem acirradas. O torcedor e os amantes do automobilismo agradecem.

Foto: Orlando Kissner / AFP

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Queda de Mano Menezes: o grande erro da CBF



Não resta dúvidas de que a decisão do presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, de demitir o técnico Mano Menezes da seleção brasileira foi política.

Marin nunca apoiou Mano, e o treinador foi contratado na gestão de Ricardo Teixeira.

O anúncio pegou todos de surpresa na sexta-feira (23), dois dias após a conquista do Superclássico das Américas, nos pênaltis.

Trocar de treinador a essa altura do planejamento, a menos de dois anos da Copa do Mundo, pode ser arriscado demais.

O cenário se constrói para Luis Felipe Scolari, o preferido de Marin e do vice, Marco Polo Del Nero (também presidente da Federação Paulista), ser contratado.

A situação é semelhante com a que ele viveu em 2001, quando assumiu o time em meio às eliminatórias, com risco de não se classificar ao mundial da Coreia e do Japão. 

Desta vez, por ser o país sede, não há eliminatórias. Mas tem a Copa das Confederações, último teste antes da Copa do Mundo.

Por mais que Felipão tenha conquistado a Copa do Brasil com o Palmeiras em 2012, foi um dos responsáveis pelo rebaixamento (não o maior, como diz um certo ex-jogador comentarista da Bandeirantes). Tem uma bonita história com a seleção. Retornar e fracassar, pode manchá-la, como aconteceu com o Parreira, em 2006.

Demitir Mano Menezes, no momento em que ele finalmente parece ter achado um modelo de jogo ideal, pode custar caro à seleção. Quem mais se aproxima de seu perfil hoje, seria Tite, do Corinthians e prestes a disputar o Mundial de Clubes.

O anúncio do novo treinador será feito em janeiro, poucos dias após o torneio no Japão, do qual Marin participará como chefe da delegação corintiana. Caso Felipão não chegue a um acordo com a CBF, Tite deverá ser a bola da vez.

Outro que deve sair da equipe canarinho, é Andrés Sanches, por motivos de "perda de autonomia". Ele foi contrário à demissão de Mano, assim como eu também fui, e todos que tenham o mínimo de bom senso também foram...

Foto: Gabo Morales / Folhapress

Foz Futebol Feminino vice-campeão da América

Em sua primeira participação na Copa Libertadores, a ADI Foz Futebol Feminino chegou à final.

Destaque no cenário nacional nos últimos anos, tendo conquistado um título da Copa do Brasil e chegado à decisão em 2010, além do bicampeonato paranaense, o time iguaçuense foi derrotado nos pênaltis pelo Colo-Colo, do Chile. O que não é pouca coisa.

Para chegar até a final, venceu todas as partidas da primeira fase, duas delas com goleadas: 5 a 1 contra Universidad Santa Cruz (Bolívia), 3 a 2 contra Formas Íntimas (Colômbia) e 4 a 1 contra o Deportivo Quito (Equador).

Na semifinal, o atual campeão, São José-SP, que havia eliminado as "Poderosas do Foz" na Copa do Brasil deste ano. Vitória nos pênaltis, após empate sem gols no tempo normal.

Contra as chilenas na decisão deste domingo, cenário semelhante, mas com triunfo das adversárias.

Agora as atletas do técnico Gezi Damaceno voltam suas atenções ao Campeonato Paranaense e ao jogo decisivo contra o Novo Mundo, pela última rodada do returno. Um empate garante o título antecipado ao Foz, que já conquistou o primeiro turno. Caso Novo Mundo vença, haverá uma final, em ida e volta, entre as duas equipes. 

A Federação Paranaense de Futebol ainda não definiu a dada do jogo.

Foz Futsal de volta à Série Ouro




O Foz Futsal está de volta à Série Ouro do Campeonato Paranaense.

Na noite do último sábado (24), derrotou o Ampére fora de casa por 3 a 1 e se classificou à final da Série Prata, consequentemente garantindo vaga na elite do salonismo estadual em 2013.

Exatamente um ano após ter sido rebaixado, em 2011.

Foz do Iguaçu voltará a ter dois times na Ouro no ano que vem, já que a Unipa Cataratas Futsal também está garantida, após fazer boa campanha nesta temporada, sendo eliminada pelo bicampeão Umuarama, nas quartas de final.

Diferente do futebol, no futsal os clubes dependem muito do município, especialmente pela utilização dos ginásios, que normalmente são de patrimônio público.

Uma prefeitura manter recursos para uma equipe na Série Ouro já é difícil, duas então torna-se tarefa das mais complicadas.

Em 2010 foi a última experiência assim na cidade, com o Foz Adeafi e Foz Futsal. 

O resultado: o Foz Adeafi fechou as portas ao final daquele ano, acumulando inúmeras dívidas.

Dívidas, é verdade, que a antiga administração do Foz Futsal também tinha, ao ter feito parceria com a cidade de Francisco Beltrão, em um ano onde o clube iguaçuense só deveria disputar a Série Prata. No entanto, participou com outro CNPJ da Ouro e da Liga Futsal. 

A parceria se desfez e sobraram os gastos.

Hoje, com o novo presidente da Liga Iguaçuense de Futebol de Salão, Aldino Cardias, a situação é diferente.

Os jogadores, inclusive, possuem carteira assinada. Algo raro no futsal paranaense.

Que as duas equipes, tanto Unipa quanto Foz Futsal, possam se manter com recursos próprios, e recebam tratamento igual da nova gestão da prefeitura, que assumirá a partir de janeiro.

Pelo menos o futuro secretário de Esportes, Anderson Andrade, adora futsal. Embora ele garante que todas as modalidades receberão atenção. E é assim que tem que ser.