domingo, 2 de dezembro de 2012

Adeus, Olímpico

Olímpico Monumental


Não tive oportunidade de ir ao Olímpíco, assistir a um jogo do Grêmio nestes 58 anos de história, dos quais conheço 23.

Ou melhor, tive, mas não aproveitei.

Em outubro fui a Porto Alegre pela primeira vez. Cheguei na sexta, dia 19 e no dia 20 teve duelo contra o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro. Até reservei hotel próximo ao estádio, pensando em ir até lá, conhecê-lo em seu último ano de atividade. Não comprei ingressos antecipados, e por precisar me deslocar ao outro lado da cidade, a um curso de Jornalismo Esportivo, cheguei apenas no intervalo da partida, quando as bilheterias já haviam fechado. Menos mal que aquele jogo terminou empatado sem gols, caso contrário teria me decepcionado um pouco.

Mentira, teria não. Só o fato de poder estar lá, já seria recompensador.

No domingo, 21, dia da eleição presidencial no Tricolor, pude visitar o Olímpico e sentir o clima das eleições de um grande clube. Fábio Koff, o presidente das duas Libertadores e o Mundial, voltou ao comando. 

Fiquei, acredito eu, uns 30 minutos sentado no concreto da arquibancada, no lado das cabines de imprensa, apenas olhando o gramado, onde um dia antes o Grêmio enfrentara o Coxa. Pensei nas partidas que lá deixei de assistir, no que será aquele local anos depois, com sua demolição, nas conquistas, nas derrotas, nas alegrias, nas tristezas, todas elas acompanhadas longe dali, pela TV.

Se por um lado o clima era de nostalgia, por outro me sentia alegre em saber que meu time passará a ser dono de um dos mais modernos estádios do mundo, a Arena Grêmio. E tenho certeza de que lá virão outras conquistas, outras alegrias, e claro, algumas (espero) poucas derrotas. Pois sabemos que o Grêmio, por incrível que pareça, perde de vez em quando. A questão é a forma como vende essas derrotas.

Lamento o Olímpico não se despedir com pelo menos um título nesta temporada. A Copa do Brasil teria sido o mais viável. O estádio merecia um final melhor. A torcida merecia um final melhor.

Caramba, a torcida. Que torcida!

Foi de emocionar, ver aqueles torcedores, milhares deles, às lágrimas, com sentimento de saudades antecipadas. Certamente muitos dos que estavam lá e acompanharam o último GREnal, estiveram também em muitos outros jogos, sabem o que aquele lugar representa. 

Tinham todo o direito de protestar, pela perda da segunda posição ao final do Campeonato e ter que disputar a Pré-Libertadores no ano que vem, mas o momento não era para protestos, e a torcida sabia disso. Tanto que demoraram para se despedir, após o apito final. Mesmo não tendo gol, improvisaram uma "Avalanche". Avalanche essa que a Brigada Militar estupidamente quis proibir na Arena. Mal sabe ela que estaria mexendo numa tradição de quase dez anos. E com tradições não se mexe, apenas se mantém.

Assim como o Olímpico se manterá na memória de cada um de nós, gremistas apaixonados por nosso clube, independente do resultado final. Afinal de contas, é para isso que torcemos. E amor de torcedor não se explica, apenas se sente. Simples assim.

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