sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Como uma carreira vira pó

Tão jovem, talentoso, tinha tudo para ter uma carreira brilhante no futebol. Pode ter colocado um ponto final numa história que mal havia começado. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) divulgou nesta sexta-feira, em nota oficial, que traços de cocaína foram apontados na urina do jogador Jobson, do Botafogo, após a vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras, no estádio do Engenhão, no dia 06 de Dezembro, última rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado é o mesmo obtido após o primeiro exame antidoping realizado no dia 8 de novembro, após o jogo contra o Coritiba.


Esse laudo é definitivo, porque não será realizada contraprova. O Botafogo não solicitou um novo exame, segundo informou a CBF. "Por esta razão, a amostra A 25870 (código do exame) é considerada como válida para fins de avaliação e julgamento", diz a entidade em seu comunicado.


Com isso, a carreira do jogador de 21 anos está seriamente ameaçada. As leis mundiais antidoping preveem que o atleta seja banido do esporte se for condenado por duas vezes, por uso de substância proibida. O julgamento de Jobson pela partida contra o Coritiba só acontecerá em 2010.


Ele foi suspenso preventivamente por 30 dias nesta quinta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O Brasiliense/DF, clube que detém os direitos federativos do atleta, já prepara sua defesa. Já o Botafogo, prontifica-se a tomar a atitude que parece ser a mais sensata no momento, ajudar o jogador com um tratamento caso seja (e ao que parece será) necessário.


Bani-lo ou não do esporte não irá resolver o problema, que vai além da esfera esportiva. Trata-se da vida. Esse atleta passa por um problema enfrentado por milhares de jovens em todo o Brasil, a dependência química. Ele até poderá parar de jogar futebol e seguir outra profissão, mas isso não o impedirá de voltar a consumir cocaína. Está na hora da sociedade deixar de ser hipócrita.


Isso também serve aos veículos de comunicação, que parece se limitarem apenas a noticiar o fato de o atleta ser julgado. É preciso ir além disso. Abrir as portas para uma luta na tentativa de prevenir que outros jovens cometam o mesmo erro que Jobson cometeu, e que certamente o deixou arrependido.


Eu, se fosse ele, ficaria. Afinal, o caso o impediu que assinasse um contrato de R$ 4,5 milhões com o Cruzeiro de Minas Gerais, o que provocaria um aumento salarial de 100%. Mas para que esse arrependimento não se torne depressão, é necessário tratá-lo desde já.

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