Tão jovem, talentoso, tinha tudo para ter uma carreira brilhante no futebol. Pode ter colocado um ponto final numa história que mal havia começado. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) divulgou nesta sexta-feira, em nota oficial, que traços de cocaína foram apontados na urina do jogador Jobson, do Botafogo, após a vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras, no estádio do Engenhão, no dia 06 de Dezembro, última rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado é o mesmo obtido após o primeiro exame antidoping realizado no dia 8 de novembro, após o jogo contra o Coritiba.
Esse laudo é definitivo, porque não será realizada contraprova. O Botafogo não solicitou um novo exame, segundo informou a CBF. "Por esta razão, a amostra A 25870 (código do exame) é considerada como válida para fins de avaliação e julgamento", diz a entidade em seu comunicado.
Com isso, a carreira do jogador de 21 anos está seriamente ameaçada. As leis mundiais antidoping preveem que o atleta seja banido do esporte se for condenado por duas vezes, por uso de substância proibida. O julgamento de Jobson pela partida contra o Coritiba só acontecerá em 2010.
Ele foi suspenso preventivamente por 30 dias nesta quinta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O Brasiliense/DF, clube que detém os direitos federativos do atleta, já prepara sua defesa. Já o Botafogo, prontifica-se a tomar a atitude que parece ser a mais sensata no momento, ajudar o jogador com um tratamento caso seja (e ao que parece será) necessário.
Bani-lo ou não do esporte não irá resolver o problema, que vai além da esfera esportiva. Trata-se da vida. Esse atleta passa por um problema enfrentado por milhares de jovens em todo o Brasil, a dependência química. Ele até poderá parar de jogar futebol e seguir outra profissão, mas isso não o impedirá de voltar a consumir cocaína. Está na hora da sociedade deixar de ser hipócrita.
Isso também serve aos veículos de comunicação, que parece se limitarem apenas a noticiar o fato de o atleta ser julgado. É preciso ir além disso. Abrir as portas para uma luta na tentativa de prevenir que outros jovens cometam o mesmo erro que Jobson cometeu, e que certamente o deixou arrependido.
Eu, se fosse ele, ficaria. Afinal, o caso o impediu que assinasse um contrato de R$ 4,5 milhões com o Cruzeiro de Minas Gerais, o que provocaria um aumento salarial de 100%. Mas para que esse arrependimento não se torne depressão, é necessário tratá-lo desde já.
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