sábado, 29 de junho de 2013

Começar de novo...



A temporada 2013 do futebol profissional acabou neste sábado, 29 de junho, para o Foz do Iguaçu Futebol Clube. E não foi da maneira que a diretoria esperava. Muito menos o torcedor.

No ano em que uma parceria com o Coritiba finalmente foi feita, após a terceira passagem do clube da capital em pré-temporada na cidade, uma das piores campanhas do chamado "Azulão da Fronteira", que já não mete medo nos adversários há um bom tempo.

Do sonho de retornar à Primeira Divisão, ao drama de lutar contra o rebaixamento para a Terceira Divisão estadual.

Foram apenas nove partidas na primeira fase. Três vitórias, um empate e cinco derrotas. Aproveitamento de 37%. Terminou na oitava posição, com dez pontos, empatado com o Roma de Apucarana. Só não caiu porque teve uma vitória a mais e este era o primeiro critério de desempate. 

Caíram Roma de Apucarana e o tradicional Grêmio Maringá.

A parceria com o Coxa, onde vieram jogadores e comissão técnica, vale por três anos. O primeiro já foi desperdiçado, já que o objetivo de subir não foi alcançado. Restam mais dois. Financeiramente ela é boa para o clube iguaçuense, uma vez que o Coritiba paga integralmente os salários dos jogadores emprestados.

É lógico que a partir do momento que a situação não sai como o esperado, algo precisa ser revisto. Quase todo um planejamento foi jogado no lixo, com a real possibilidade de queda para a Terceira Divisão. Caso isso tivesse acontecido, o Foz só poderia voltar a sonhar com a Primeira Divisão em 2016.

O presidente do Foz, Arif Osman, admite que o maior erro foi não ter apostado em um treinador que já tenha passado pela Divisão de Acesso antes, que conheça os atalhos dessa difícil competição, de jogo feio e futebol de várzea.

Nada contra o ex-auxiliar do Coritiba, Edison Borges, que é uma grande pessoa e dentro de sua filosofia de trabalho mostrou ser um bom profissional. Só que dentro de campo os resultados não apareceram. Os atletas não cumpriram o que era combinado nos treinamentos.

Carlos Nunes, por exemplo, era o nome ideal para essa tarefa. Por já ter tido uma passagem de bom aproveitamento no Foz FC em 2010, mas que estava como auxiliar-técnico.

Em relação aos jogadores, muito jovens. Média de 21 anos. Apenas na reta final do campeonato vieram jogadores mais experientes, como Negreiros, com passagens pelo Flamengo, Coritiba e Criciúma. Tarde demais para resolver qualquer coisa.

Dos que vieram do Coritiba, alguns tiveram perfil de "estrela", não aceitaram ficar junto com os demais jogadores na "Casa do Atleta", montada especialmente para isso, no centro da cidade, próximo a bares e à faculdade UDC. A informação que eu tenho é que não houve problema de noitadas e festas com este elenco. Mas o fato de outros jogadores ficarem em hotéis de Foz, por não terem gostado das acomodações da "Casa do Atleta", mostrou mais uma vez uma falta de domínio da diretoria para lidar com o temperamento destes atletas. 

Edison Borges garante que isso não foi o fator determinante para os maus resultados dentro de campo. Será mesmo?

Dos males o menor. O Foz FC não estará na Primeira Divisão ano que vem, mas pelo menos não terá que começar na Terceirona, o que seria terrível para o time.

A hora é de repensar nos erros, melhorar os acertos (se é que teve algum) e começar a pensar em 2014. Porque este ano, embora ainda tenha o Paranaense sub-18, ele está praticamente encerrado ao clube da tríplice fronteira.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O gigante acordou

Manifesto na 3ª pista da Av. JK

Foz do Iguaçu está de parabéns hoje. Sinceramente, não acreditei que a movimentação pudesse reunir tantas pessoas em prol de um único objetivo, protestar contra tudo o que há de errado no país. Tive uma grata surpresa, quando vi todo aquele povo em frente ao Terminal de Transporte Urbano.

Apesar do nome até certo ponto engraçado ("Marcha em Apoio à Revolta da Salada"), o manifesto queria dizer muito mais do que isso. Mais do que alguns centavos a mais (ou a menos, no caso de Foz) que são aumentados ou reduzidos na tarifa do transporte urbano. Como li em um editorial hoje, era pelo direito de simplesmente poder protestar. Protestar contra a falta de saúde, educação, gastos absurdos na Copa, transporte de má qualidade...

Não fui no exercício de minha profissão como jornalista. Fui para me juntar a toda aquela gente. Se não chega aos números impressionantes de São Paulo, Rio de Janeiro ou outras capitais, impressiona pelo fato de ser uma cidade do interior, tantas vezes mal vista pela grande mídia, por ser fronteira com o Paraguai e haver problemas existentes de TODAS as fronteiras do país.

Senti uma estranha e prazerosa liberdade, da qual poucas vezes havia presenciado. Não eram só jovens. Eram pessoas de todas as idades. Mães com os filhos, casais de namorados, enfim, todos gritando uníssono pela mesma causa.

"Vem pra rua! Vem pra rua!", "Da Copa eu abro mão, quero mais saúde e educação"

Emociona saber que a mesma atitude era feita ao mesmo tempo em diversas outras cidades. E em Foz do Iguaçu, vale destacar a tranquilidade com que foi realizado o protesto batizado de #mudafoz. Tanto os manifestantes, quanto a Polícia Militar agiram sem violência. A PM até deu uma grande ajuda no trânsito, orientando os motoristas. Sinal de que felizmente a falta de preparo é uma lamentável exceção em algumas corporações, que não deveria existir. Pelo menos até o momento em que fiquei, não ocorreram problemas.

Por alguns instantes, pensei ter voltado a um passado do qual não vivi. A luta pelas "Diretas Já", os manifestos e protestos na mesma Praça Getúlio Vargas, na 3ª pista da Av. JK, onde também aconteceram vários e vários comícios, discursos de políticos que hoje deveriam estar presentes, e se não estavam, certamente ficaram sabendo do que ocorreu. O povo já está cansado e o momento de buscar mudanças é agora, na era da informação e dos meios digitais. Como dizem, #ogiganteacordou!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Pé frio, eu?


 Mick Jagger deu azar na Copa de 2010

Eu encaro a brincadeira do "pé frio" no Estádio do ABC numa boa, tiro onda comigo mesmo, pois numa infeliz coincidência o Foz Futebol Clube dificilmente vence quando estou presente no jogo. 

Claro que tudo, repito, não passa de uma brincadeira.

Tenho pra mim, na minha concepção, que "pé frio" pode também ser conhecido como falta de sorte, azar, sei lá. É quando o time faz tudo direito, tenta de todas as maneiras, só que no final o resultado não sai como o esperado.

O problema é que não dá para dizer que o Foz teve uma "falta de sorte" no jogo de hoje, onde empatou em 1 a 1 com o Roma de Apucarana. A dura realidade é que o time é ruim mesmo. Fraco. E não adianta vir querer iludir o torcedor. A imprensa faz o seu papel, que é informar, e a informação é essa. Passaram-se quatro jogos da primeira fase, de um total de nove, e a impressão que se tem é que o time não evolui.

Arbitragem pode até cometer seus erros, jogadores adversários podem até fazer cera, mas o Foz Futebol Clube não deveria ter nada a ver com isso e simplesmente fazer sua parte, que é jogar futebol.

Nos dois jogos que vi no estádio, apenas o primeiro me agradou, e ainda assim perdeu por 3 a 2 para o Prudentópolis. Hoje, não vi criar NENHUMA jogada de ataque que pudesse levar perigo ao goleiro adversário. O gol de empate saiu em uma cobrança de falta. Ou seja, o time depende de jogadas paradas para ameaçar o adversário. Pouco, muito pouco para quem investiu tanto e fez inúmeras parcerias.

Aliás, sobre estas parcerias começo a me questionar.

A direção do Foz Futebol Clube tinha alguma informação destes jogadores do Coritiba que vieram, sem ser o "boca a boca"? Viram algum vídeo, assistiram algum jogo destes atletas, ou foram somente na teoria de "se é de um time da capital, deve ser bom."? Será mesmo? Se fossem realmente bons, não teriam ficado no chamado "clube grande"?

Hoje o técnico Edison Borges alertou sobre algo que me chamou a atenção. Jogadores que chegam a todo momento, e a rapidez em que coloca para jogar, sem ter tido uma preparação adequada. Estaria havendo um excesso de contratações para um campeonato tão curto? Ao todo, são 21 jogos o máximo que um time pode fazer no Acesso.

O Foz Futebol Clube pode até subir para a Primeira Divisão Paranaense (afinal, no futebol tudo é possível) mas o torcedor vai sofrer bastante com esse time. Milagres nem sempre acontecem, e quando ocorrem, tiveram alguma consequência. A consequência será a melhora dessa equipe, porque do jeito que está, infelizmente deve no máximo passar para a segunda fase. E olhe lá!