quarta-feira, 27 de junho de 2018

Campeões mundiais não repetem desempenho nas Copas do século 21

Alemães eliminados na primeira fase pela primeira vez. Foto: Reuters

Campeões mundiais em uma edição e eliminados na primeira fase da Copa do Mundo seguinte não chega a ser uma novidade.

Já aconteceu seis vezes, em 21 edições do principal torneio de futebol.

Somente com a Itália aconteceu duas vezes.

Campeã em 1938, na França, a Itália não avançou para o quadrangular final do torneio no Brasil, país que aceitou sediar a Copa em 1950, após 12 anos ausentes, devido aos conflitos da 2ª Guerra Mundial.

Com uma derrota para a Suécia e uma vitória contra Paraguai, os italianos viram os suecos avançarem com uma vitória e um empate.

Os italianos repetiram a "proeza" 60 anos depois, em 2010, na África do Sul, quando novamente em um grupo com o Paraguai, empataram duas vezes (contra paraguaios e a Nova Zelândia) e perderam para a Eslováquia por 3 a 2.

O pentacampeão mundial Brasil já fez uma dessas. Foi na Inglaterra, em 1966, após vir de dois títulos seguidos nas edições de 1958 e 1962. 

E naquele ano, na Terra da Rainha, o escrete canarinho até começou bem, vencendo a Bulgária por 2 a 0 na estreia. Mas aí perdeu para Hungria e Portugal, ambas por 3 a 1, e deu adeus ao tricampeonato que viria quatro anos depois, no México.

Após essa eliminação precoce, a Copa só voltaria a ver um atual campeão eliminado na primeira fase em 2002, na primeira Copa disputada em dois países, na Coreia do Sul e no Japão. Aliás, de 2002 para cá já foram quatro eliminações de atuais campeões na edição seguinte. Somente o Brasil, em 2006, quebrou essa sequência, chegando até as quartas de final após ter sido campeão quatro anos antes.

A França havia feito uma Copa sensacional diante da torcida, em 1998, vencendo o Brasil com autoridade na final. Mas, quatro anos depois, tudo desandou.

Derrota na estreia para Senegal, 1 a 0. Empate sem gols com o Uruguai e derrota de 2 a 0 para a Dinamarca.

As mais recentes eliminações de atuais campeões na primeira fase são de 2014, com a Espanha e, agora, surpreendentemente a Alemanha, ao perder duas vezes na primeira fase, para México (1 a 0) e Coreia do Sul (2 a 0) e vencer de maneira dramática a Suécia por 2 a 1.

Aquela Alemanha dos 7 a 1 no Mineirão, de exemplo de futebol a ser seguido.

O Brasil que se desperte, pois esse mundial está russo...

P.S: O Uruguai não participou da Copa do Mundo de 1934, na Itália e foi o primeiro caso de de um campeão mundial não defender o título na Copa seguinte, por isso não entra nessa estatística.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Perder ou empatar na estreia não é o fim em Copas do Mundo

Camarões foi uma surpresa ao derrotar a Argentina em 90

A estreia em uma Copa do Mundo sempre gera muita tensão a qualquer seleção. É, por muitos, considerado o jogo mais complicado durante a fase de grupos. É carregado de ansiedade, medo, "frio na barriga", e todo tipo de emoções que se possa sentir ou imaginar.

Mas, historicamente, nem sempre perder ou empatar na primeira partida da Copa significa que tudo estará perdido pelo resto do torneio.

Apesar de ser uma competição de tiro curto, com poucos jogos por uma mesma equipe, é possível haver recuperação.

Hoje, com o atual formato de 32 seleções divididas em oito grupos com quatro seleções cada, um país pode fazer, no máximo, sete jogos. Nas primeiras edições do torneio era ainda menor. Com poucas seleções, havia times que faziam apenas uma partida, perdeu estava fora.

Todos os campeões mundiais já perderam ao menos uma vez na estreia em Copas do Mundo. E ainda assim, conseguiram fazer grandes campanhas.

Porém, dos oito campeões, somente a Espanha conseguiu ser campeã perdendo na estreia. Foi em 2010, quando começou com derrota de 1 a 0 para a Suíça, na África do Sul.

A equipe espanhola, aliás, é a que mais perdeu em estreias de Copas do Mundo. Das 14 edições que disputou, começou com derrota em sete. Os dados foram levantados pelo perfil do Impedimento, no Twitter

Entre os campeões, o Brasil é o que está há mais tempo sem sofrer derrotas no primeiro jogo. A última vez que isso ocorreu foi em 1934, na derrota para, veja só, a Espanha, por 3 a 1. De lá pra cá já são 18 copas consecutivas sem perder, sendo 16 vitórias e dois empates, em 1974 e 1978.

A que menos perdeu na primeira partida de uma Copa foi a Alemanha. Somente uma vez, em 1982 (2 a 1 para a Argélia). E ainda assim, os alemães chegaram à final contra a Itália, que se sagrou campeã.

Mas engana-se quem pensa que a Itália começou bem aquele torneio disputado na Espanha. Na primeira fase, classificou-se com três empates. 

Outros finalistas de Copas também levaram sustos na estreia.

A Argentina protagonizou uma das maiores zebras das Copas, ao perder para a surpreendente seleção de Camarões, de Roger Millá, em 1990: 1 a 0. Mesmo assim, Maradona e cia chegaram à decisão, mas foram batidos pela Alemanha e não conseguiram repetir o feito do título de quatro anos antes.

A zebra argentina pode ser comparada com a derrota da atual campeã em 2002, a França, que também perdeu para um time africano, no caso Senegal, que fazia sua primeira participação em Copas. Também foi por 1 a 0. Mas, ao contrário dos hermanos, os franceses ficaram pela primeira fase da Copa.

A Itália, que este ano não vai disputar a Copa, foi finalista em 1994, perdendo o título nos pênaltis para o Brasil (É TETRAAA, É TETRAAA). Mas na estreia, os italianos começaram perdendo para a Irlanda, em um grupo pra lá de equilibrado. Todos os quatro times terminaram empatados com quatro pontos, com México em primeiro, Irlanda em segundo e a Itália se classificando como um dos melhores terceiros colocados, tendo uma derrota, uma vitória e um empate. A quarta e última colocada foi a Noruega, também quatro pontos.

Portanto, perder ou empatar na estreia não é sinônimo de desespero. No máximo liga o sinal de alerta. Mas, por precaução, é melhor evitar e começar já vencendo o primeiro jogo para chegar um pouco mais tranquilo aos demais.

E que os jogos comecem...

Imagem: Reprodução YouTube

sábado, 2 de junho de 2018

Repetição de campeão de uma Copa a outra é algo raro de se ver

Seleção da Alemanha tetracampeã no Brasil

A seleção da Alemanha é sempre colocada entre as favoritas para conquistar a Copa do Mundo, juntamente com outras equipes campeãs mundiais como Brasil, Argentina, Espanha, Itália (que em 2018 ficou de fora), França, e assim por diante.

Mas o histórico do torneio aponta que a última vez que tivemos duas Copas do Mundo seguidas vencidas por uma mesma seleção foi há mais de 50 anos, com o Brasil, em 1958 e 1962.

Além do Brasil, a Itália foi outra seleção que conseguiu vencer duas Copas seguidas, na distante década de 1930, conquistando os torneios de 34 na própria Itália e em 38, na França.

Sua ausência na Rússia, onde poderíamos ter uma despedida digna do goleiro Buffon, foi uma surpresa para todos.

Após isso, o mais perto que vimos foram países chegando duas Copas seguidas (ou até mesmo três) na final. Com um ou outro título, ou até mesmo nenhum, como foi o caso da Holanda em 1974 e 1978 perdendo para os donos da casa Alemanha e Argentina, respectivamente.

Nas Copas de 1986, no México, e de 1990, na Itália, duas seleções protagonizaram bons duelos na final. Em 86, comandada por Diego Maradona, a Argentina derrotou a Alemanha por 3 a 2. Quatro anos depois Maradona não foi capaz de parar os alemães, que venceram por 1 a 0 e levantaram o terceiro título. 

As duas seleções voltariam a decidir uma Copa do Mundo em 2014, no Brasil, novamente com o time europeu levando a melhor, com 1 a 0 na prorrogação.

Brasil e Alemanha são as seleções que mais vezes disputaram finais de Copa do Mundo. Sete para o time brasileiro e oito para os alemães.

As equipes são as únicas, também, a disputarem três finais seguidas de Copa. Primeiro com a Alemanha em 1982, 1986 e 1990. Depois o Brasil fez em 1994, 98 e 2002.

Das sete decisões, a equipe verde-amarela perdeu somente duas, sendo a única pentacampeã, feito esse que pode ser igualado pela Alemanha agora na Rússia, já que em finais os alemães possuem 50% de aproveitamento, quatro títulos e quatro vices.

Entre os campeões mundiais que estão há mais tempo sem levantar o título principal do futebol estão Uruguai, bicampeão no Maracanã lotado em 1950 e a Inglaterra, que conquistou seu único título quando sediou o torneio, em 1966.

Caso o Brasil levante a taça seria a maior reviravolta em Copas. Ainda está muito claro na mente do torcedor os 7 a 1 sofridos na semifinal para os alemães, no Mineirão, em 2014. Mas é evidente a melhora no time com a chegada do técnico Tite e hoje dá para se dizer que o país voltou a ser protagonista entre os grandes, onde aliás, nunca saiu, mas esteve com sua reputação abalada. 

Tudo isso terá que ser provado dentro de campo, onde as coisas de fato acontecem no futebol. 

E o pontapé inicial já tem data e horário marcados, 14 de junho, meio-dia (horário de Brasília), com a abertura da Copa entre Rússia x Arábia Saudita.

Foto: Getty Images