terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Rueda pensou no futuro financeiro, e ele está certo

Reinaldo Rueda vai comandar o Chile



Não há nada de errado em um profissional querer mudar de emprego, se oferecem uma proposta melhor financeiramente.

O que muitos dos jornalistas esportivos no Brasil reclamam da atitude do técnico Reinaldo Rueda, é que ele demorou demais para avisar ao Flamengo que não pretendia seguir no clube carioca em 2018, após receber proposta tentadora para comandar a seleção do Chile.

Por ano, o colombiano Rueda receberá R$ 10 milhões.

O acordo vai até a Copa do Mundo de 2022, no Qatar, mas pode ser rescindido em 2019, caso o Chile fracasse na Copa América, que será disputada no Brasil.

Ao desembarcar no Rio de Janeiro na manhã de segunda-feira (11), Rueda negou ao canal Fox Sports que teria algo acertado com o Chile.

Foi mais adiante, disse que as notícias divulgadas pela imprensa chilena eram irresponsáveis. A todo momento os jornais chilenos davam quase como certo a ida de Rueda para a seleção.

Rueda estava de férias, o Flamengo não o procurou para saber até que ponto as informações eram verdadeiras.

Tudo bem, também não era seu papel, deveria partir do treinador informar que recebeu uma proposta. Mas o interesse também era dos dirigentes rubro-negros.

Sabendo que seria difícil segurar seu treinador, o Flamengo agiu nos bastidores e conversou com Paulo César Carpegiani para treinar a equipe.

PCC seria diretor de futebol, mas diante da situação, aceitou o desafio de comandar o clube pelo qual foi jogador no final dos anos 70 e início dos anos 80, e como treinador conquistou os maiores títulos, a Libertadores da América e o Mundial, em 1981.

O início de temporada do Flamengo não fica tão comprometido em termos de planejamento e contratação de jogadores, pois as indicações feitas ainda por Rueda estavam sendo analisadas por Carpegiani, uma vez que teria responsabilidades como diretor de futebol. 


Será um ano especial de acompanhar esse gaúcho de Erechim-RS comandando o Flamengo novamente na Libertadores.

Foto: Divulgação/Flamengo

Copa SP Júnior é um barato!



Já faz alguns anos que a Copa SP de Futebol Júnior atrai a atenção daqueles torcedores ansiosos pelo início da temporada oficial de seus clubes.

Acontece sempre em janeiro, com a final no dia 25, data de aniversário da cidade de São Paulo.

É o maior torneio das categorias de base do país, e em 2018 bateu o recorde de 128 equipes, com 32 grupos com quatro times cada.

Por conta do número excessivo de clubes, a fórmula mudou.

Antes passavam de fase apenas os campeões de cada grupo, além de alguns segundos colocados.

Agora, os dois primeiros de cada grupo avançam. 

Teoricamente ficou mais fácil de passar.

Mas a fórmula parece não ter agradado a todos que gostam de futebol.

O "craque" Neto, que foi muito bom jogador, mas que com microfone e escrita não tem o mesmo talento, criticou essa semana em seu blog o grande número de participantes.

Entre os argumentos, está de que o nível técnico cai bastante, que os jogos só começam a ficar bons nas fases finais, etc.

Chegou a dizer que quando disputou o torneio pelo Guarani-SP, em 1983, apenas 20 clubes participavam, que o nível era melhor, e que hoje há muitos times de empresários.

É verdade, mas esse é o único torneio que times também desconhecidos podem ter um pouco de reconhecimento, que jogadores podem ser apresentados e conquistar boas oportunidades em suas carreiras.

E, convenhamos, a graça do futebol são algumas zebras e surpresas que acontecem. 

E times grandes tropeçam, sim.

O Fluminense, por exemplo, caiu na primeira fase, em um grupo que tinha Marília-SP, Mogi Mirim-SP e Tubarão-SC.

O Cruzeiro, na segunda rodada, perdeu de 1 a 0 para o Nova Iguaçu-RJ, mas se classificou.

O Palmeiras empatou com o Taubaté-SP.

Ou seja, o legal do futebol, as incertezas do resultado, acontecem. E isso é com muitos ou poucos times.

Essa ideia de dizer "no meu tempo que era bom", é pura bobagem! Tempo bom é o agora, a era da tecnologia, do acesso à informação.

E aos que não gostam do torneio da forma como está, que simplesmente não assistam.

Não será a audiência deles, ou a falta dela, que determinará a sequência da Copinha.