segunda-feira, 26 de julho de 2010

Seleção de cara nova


Mano Menezes na entrevista coletiva


A renovação na seleção brasileira, prometida pelo presidente da CBF Ricardo Teixeira e pelo novo treinador, Mano Menezes realmente ocorreu na primeira convocação, divulgada pelo gaúcho de Passo de Sobrado, na tarde desta segunda-feira (26), no Rio de Janeiro.


Se na Copa do Mundo da África do Sul o time canarinho era o mais velho de todas as Copas, a nova lista de convocados para o amistoso do dia 10 de agosto, em Nova Jérsey, contra os Estados Unidos possui média de idade de 23 anos.


São sete jogadores com idade de disputar as Olimpíadas. O objetivo é claro. Preparar os atletas não só para a Copa de 2014, mas também para os Jogos de Londres, em 2012. Mano afirmou que será também o treinador da seleção olímpica. Como realmente tem que ser.


Os mais "velhos" do time de Menezes possuem 27 anos. São os goleiros Victor e Jefferson, além dos laterais Daniel Alves e André Santos. Pode ser que nem todos estejam na equipe daqui a quatro anos. Tudo vai depender da parte técnica. Se estiverem bem e respondendo à altura dentro da seleção, certamente Mano os chamará.


Na lista de convocados temos ainda nove estreantes. Novamente cito o nome de Jefferson, goleiro do Botafogo, assim como Renan, goleiro do Avaí e o mais novo, com 19 anos. Fazem parte dos debutantes Rafael, do Manchester United, David Luiz, do Benfica; Réver, recém contratado pelo Atlético-MG; Ederson do Lyon da França e dos "meninos" da Vila Belmiro: Neymar, André e Paulo Henrique Ganso, que foi chamado por Dunga na lista de suplentes da Copa, mas não jogou.


Dos que foram à África do Sul em junho, estão de volta Robinho, Ramires, Daniel Alves e Thiago Silva. E ainda poderia ter mais. O novo treinador deixou claro que não há rejeição contra ex-convocados. Alguns, com mais de 30 anos, será normal o afastamento devido à idade, mas poderão figurar em convocações futuras.


Assim como todo treinador, Mano também deve ter seus jogadores de confiança. Acredito que os dele na seleção brasileira sejam Jucilei, do Corinthians (até domingo, clube que Mano treinava). André Santos, que passou pelas mãos do treinador e hoje joga no futebol turco. Além de Lucas e Carlos Eduardo, que conhecem Mano muito bem, desde os tempos de Grêmio.


Os jornalistas presentes na entrevista coletiva puderam perceber um novo comportamento do ex-técnico do Corinthians em relação ao antigo treinador, Dunga. Mano Menezes respondeu a todas as perguntas sem levantar o tom de voz em momento algum. Manteve sempre a mesma serenidade e calma que fazem parte de sua cultura. Se continuar assim, terá muitos anos à frente do escrete verde-amarelo.


Enfim, a mudança já começou e os resultados poderão ser vistos nas próximas partidas. Não é segredo pra ninguém que o objetivo principal é a Copa 2014. Mas não será bom acumular algumas derrotas neste longo caminho que inclui pela frente Copa América na Argentina em 2011, Olimpíadas em Londres 2012 e Copa das Confederações no Brasil em 2013. Competência para se manter no cargo com boas vitórias, Mano Menezes já provou ter. Agora é só aguardar.

Lista de convocados (24 ao todo)

Goleiros
Victor (Grêmio)
Renan (Avaí)
Jefferson (Botafogo)

Laterais
Rafael (Manchester United-ING)
Daniel Alves (Barcelona-ESP)
Marcelo (Real Madrid-ESP)
André Santos (Fenerbahçe-TUR)

Zagueiros
Thiago Silva (Milan-ITA)
David Luiz (Benfica-POR)
Henrique (Racing Santander-ESP)
Réver (Atlético-MG)

Meias
Sandro (Internacional)
Ederson (Lyon-FRA)
Carlos Eduardo (Hoffenheim-ALE)
Hernanes (São Paulo)
Ramires (Benfica-POR)
Paulo Henrique Ganso (Santos)
Lucas (Liverpool-ING)
Jucilei (Corinthians)

Atacantes
André (Santos)
Robinho (Santos)
Neymar (Santos)
Alexandre Pato (Milan-ITA)
Diego Tardelli (Atlético-MG)
Foto: Vipcom

Esporte que orgulha


Talita e Maria Elisa comemoram primeiro título em 2010


Se há um esporte que vem enchendo de orgulho os brasileiros e ainda não tem o devido reconhecimento, este esporte é o voleibol.


Os anos passam, alguns jogadores mudam e a seleção brasileira está lá, sempre ganhando.


Eneacampeão. Desconhecida pela grande maioria, esta palavra dá o significado de "nove vezes".


É essa a quantidade de títulos do Brasil na Liga Mundial. Foram oito, só sob o comando do técnico Bernardinho, que assumiu o time masculino em 2001.


A nona taça veio na noite de domingo (25), contra a Rússia, em Córdoba, na Argentina. Desta forma, o Brasil ultrapassou a Itália no número de títulos (9 a 8).


Vitória difícil, por 3 sets a 1, com parciais de 25/22, 25/22, 16/25 e 25/23.


E para completar a festa do esporte, também no domingo a dupla brasileira, formada por Talita e Maria Elisa conquistou o primeiro título da temporada 2010 do Circuito Mundial de Vôlei de Praia.


As brasileiras derrotaram na final da etapa de Marselha, na França, a dupla formada pelas irmãs austríacas Doris e Stefanie Schwaiger por 2 sets a 0 (21/17 e 21/12).


Está aí, um esporte de verdade e que dificilmente decepciona os brasileiros nos momentos decisivos.
Foto: FIVB

Até quando?


Desapontamento nítido de Felipe Massa no pódio


"Isso é ridículo", esbravejou o espanhol Fernando Alonso à equipe Ferrari sobre a defesa de posição, feita de forma legal, pelo brasileiro Felipe Massa.


O público da Fórmula 1 não imaginava o quão ridículo seria a atitude seguinte dos italianos...


Exatamente na volta 48, restando 18 pro final, veio a mensagem subliminar para Massa entregar a posição ao espanhol.


"Alonso está mais rápido do que você. Pode confirmar que entendeu a mensagem?"


A primeira frase foi dita tão pausadamente, que até quem não sabe falar inglês teria tempo de consultar um dicionário e achar o significado. Massa não só entendeu a mensagem, como fez questão de frear abruptamente, deixando de forma clara que facilitou a ultrapassagem de seu companheiro Alonso, assumindo a ponta para vencer o GP da Alemanha.


Foi então que esta categoria do automobilismo, chamada de Fórmula 1, provou novamente ser movida a negócios. Por isso, talvez, é que não dê mais para chamá-la de esporte. Esporte é outra coisa.


Jogo de equipe não é novidade na F-1. Vem desde os tempos de Juan Manuel Fangio. O que muda são as atitudes dos pilotos. Alguns aceitam. Outros (a maioria, felizmente) não.


Infelizmente os últimos três casos emblemáticos de subordinação envolvem brasileiros.


O primeiro e mais impactante deles foi do também ferrarista Rubens Barrichello, em 2002, no GP da Áustria, parando a poucos metros da linha de chegada e entregando uma vitória certa - como era a de domingo (25) com Felipe - para o seu então companheiro Michael Schumacher.


Em 2009, o pior de todos. O caso de Nelsinho Piquet, da Renault, que bateu propositadamente, a mando de Flavio Briatore, para beneficar sabe quem? Alonso, claro. Eu digo que esse foi pior porque além de Piquet ter aceitado essa atitude tão baixa e nojenta, ele colocou em risco a vida de outros pilotos, além da própria, lógico.


E ontem o filme se repetiu.


Ah, Massa, como eu o admirava. Poderia ter comemorado com uma bela vitória 1 ano da nova vida, após ter se recuperado do grave acidente que sofrera na Hungria.


Sinceramente não consigo entender como alguém consegue se sujeitar a isso. São cláusulas no contrato? É medo de ser demitido? É falta de caráter? A verdade é que nada justifica.


Primeiro porque estamos no meio do campeonato. Segundo que, por mais que Alonso tenha chances de ser campeão (e eu duvido que consiga ser), Massa também tem. Será que o famoso "prestígio" que o brasileiro parecia ter dentro do time de Maranello, não seria capaz de fazer com que o brasileiro batesse de frente com uma ordem como essa? Se ao menos valesse o título do Mundial, é de se entender. Agora, sujeitar-se a isso, a troco de nada? Não vejo vantagem.


Cada vez mais tenho que concordar com Airton Gontow, que escreveu para o blog de Juca Kfouri, dizendo que a F-1 virou um grande circo, onde os palhaços somos nós. Bem que dizem que o amor é cego. Só mesmo sendo muito apaixonado pelo jornalismo esportivo para continuar acordando cedo aos domingos - às vezes de madrugada - e acompanhar as corridas, algumas monótonas.


Para que eu e milhares de outros torcedores não sintam tanto o orgulho ferido, o melhor é torcer por uma punição ainda mais rigorosa do que os US$ 100 mil de multa imposta pela FIA. É preciso algo mais. Os pilotos deveriam ser excluídos do resultado final desta prova e a Ferrari perder todos os pontos do Mundial de Construtores.


Por bem menos a McLaren perdeu em 2007. Por que não pode ocorrer com a "intocável" Ferrari? O julgamento será no dia 10 de setembro. O fato de Jean Todt ser o atual presidente da FIA não me entusiasma. Isso porque ele deu exatamente a mesma ordem a Barrichello quando era chefe da equipe Ferrari, em 2002. Não penso que iria repudiar tal atitude agora. Veremos...
Foto: Getty Image

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A hora do Mano


Chegou o momento de Mano Menezes

Não dá para imaginar dois treinadores seguidos, dizerem "não" para a CBF.


Assim como não dá para imaginar, pela proximidade que o presidente do Corinthians, Andres Sanches, tem com Ricardo Teixeira, que desta vez o clube não libere seu treinador pro comando da seleção brasileira.


Está nas mãos de Mano Menezes.


O técnico vice-campeão da Libertadores de 2007 com o Grêmio e campeão da Copa do Brasil de 2009 com o Corinthians deverá anunciar sua decisão na manhã deste sábado (24), após o treino de seu time no Parque São Jorge.


Acredito que será apenas uma despedida de Mano com seus jogadores.


É a maior oportunidade da carreira de Luiz Antônio Venker Menezes. O Mano.


Carreira essa de muita semelhança com outro colega do Rio Grande do Sul, o Felipão.


Ambos nasceram no interior do estado. Os dois tiveram passagens marcantes pelo Grêmio e também fizeram sucesso por clubes paulistas.


Para ficar ainda mais parecido com o amigo, Mano precisa aceitar o convite da CBF, e já na segunda-feira (26), assumir o comando da seleção brasileira.


A renovação do time nacional, passa por uma simples palavra: sim.

Muricy disse não; e com razão!


Muricy negou convite da CBF


Muricy Ramalho deixou bem claro para o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na reunião ocorrida na manhã de sexta-feira (23), no Rio de Janeiro:


"Só aceito o convite de treinar a seleção brasileira, caso o Fluminense me libere do contrato em vigor".


O Fluminense, através dos presidentes Roberto Horcades e Celso Barros (Unimed, patrocinador), não liberou e Muricy seguiu sua rotina normalmente.


Foi lindo.


Vingativo que é, Teixeira queria dar uma lição em Horcades por não ter votado em Kleber Leite, candidato apoiado pela CBF para assumir a presidência do Clube dos 13. Horcades votou em Fábio Koff, que venceu. E, por isso, Teixeira nem sequer conversou com o Fluminense sobre a possível saída de seu treinador para comandar a seleção. No final, quem tomou uma lição, foi Teixeira.


Uma lição de como se deve comportar profissionalmente. Uma lição de que existem sim, homens de palavras no meio do futebol. Lições estas, que Teixeira não deverá aprender. Pau que nasce torto...


Treinar a seleção brasileira é o ápice da carreira de qualquer técnico de futebol. Mas as coisas devem ocorrer com ética e da forma honesta. Honestidade e ética são duas palavras que não fazem parte do vocabulário de Ricardo Teixeira. Muricy fez bem em negar o convite. O futebol agradece.
Foto: Filipe Araújo - Agência Estado

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Brasil estreia com vitória na fase final da Liga Mundial


Brasil teve dificuldades na estreia contra a Argentina


Errou feio quem pensou que o Brasil passaria com facilidades pela Argentina, na estreia da fase final da Liga Mundial 2010. Octacampeã, a seleção brasileira teve pela frente um adversário que perdeu todos os jogos na primeire fase, mas só garantiu vaga na fase final, por ser o país sede.


A vitória brasileira só veio no tie-break, ou seja, o set decisivo, por 3 a 2. As parciais foram de 25/17, 23/25, 25/20, 19/25 e 15/10. Um bom público compareceu no ginásio Orfeo Superdomo, em Córdoba. A maioria, logicamente era de torcedores argentinos. Mas também haviam brasileiros, cerca de 30 no local.


Nesta quinta-feira (22), o Brasil volta à quadra, às 21h contra a Sérvia. Será uma reedição da final da Liga Mundial de 2009, quando o Brasil conquistou o oitavo título. O time do técnico Bernardinho está no grupo A, ao lado de Argentina e Sérvia. No grupo B estão Itália, Rússia e Cuba.


Na abertura da fase final da Liga Mundial, os italianos foram derrotados pelos russos, também no tie-break, por 3 a 2, com parciais de 25/14, 22/25, 26/24, 23/25 e 15/07. Às 17h30 desta quinta-feira, a Rússia enfrenta Cuba. A Itália só volta a jogar na sexta-feira (23), no mesmo horário, contra os cubanos.
Foto: Divulgação FIVB

terça-feira, 20 de julho de 2010

Negligência ou imprevisto?


Piscina no Ginásio Costa Cavalcanti


Fazendo uma rápida pesquisa no Google, achei o regulamento do Campeonato Brasileiro Infantil de Natação de Inverno. A data era de 08 de março de 2010. Imagino que a escolha do local da disputa tenha sido um pouco antes disso, não sei. Fato é que desde o começo do ano, no mínimo, as autoridades de Foz do Iguaçu sabiam que a cidade receberia tal evento esportivo.


Ou seja, teriam tempo suficiente para prepararem as piscinas do Complexo Esportivo do Costa Cavalcanti. Porém, o que se viu foram ajustes sendo feitos de última hora. Tais como, pintura de chão, regulagem dos aquecedores e, por incrível que pareça, uso de lonas de plástico na tentativa de bloquear o forte frio que fazia (e ainda faz) na região.


A piscina no Costa Cavalcanti é coberta. No entanto, as laterais não, o que facilita a entrada de ar e, consequentemente, vento frio. A água da piscina deveria ser aquecida, mas imagens de uma matéria exibida na RPC TV Cataratas mostraram pedaços de gelo nas máquinas que seriam usadas para manter a temperatura da água entre 25º C e 28º C, como recomenda a Federação Internacional de Natação (FINA).


Mesmo diante de todos esses percalços, o Campeonato Brasileiro Infantil de Natação de INVERNO, vale lembrar, teve início na sexta-feira (16). No sábado pela manhã, as primeiras vítimas. Ao menos sete crianças sofreram com o frio intenso e passaram mal, algumas com início de hipotermia. Rapidamente foram socorridas por membros do SIATE. À tarde, mais crianças e adolescentes passaram mal e também tiveram que ser socorridas. Só então o torneio foi suspenso.


Faço aqui uma ressalva. Ele poderia ter sido interrompido já na manhã. Ficou comprovado que Foz não estava preparada para receber este evento. É verdade que o frio que faz por aqui não é muito comum. No entanto, era de se prever em um estado do Sul e nesta época do ano.


Nós, que moramos em Foz, sempre adoramos saber quando a cidade tem a oportunidade de receber eventos deste gênero. Porém, as coisas devem ser feitas com responsabilidade. Não seria mais fácil fazer um Campeonato Brasileiro Infantil de Natação de Inverno no Nordeste e o de verão no Sul? Acredito que muitos problemas poderiam ser evitados.


Quem irá reembolsar as famílias que vieram para cá e trouxeram seus filhos para competir? Os organizadores? A prefeitura de Foz? Sinceramente, não sei. O que sei é que muito deve ser feito se quisermos ver a cidade recebendo eventos parecidos com este.
Foto: ClickFoz - Augusto Conter

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Espanha, campeã com méritos




É unanimidade. Todos os comentaristas, cronistas, jornalistas (como quiserem) que li, assisti e ouvi, sobre o jogo de ontem disseram a mesma coisa: a Espanha mereceu o título da Copa do Mundo. Vou no mesmo embalo. Afinal de contas, apesar de eu gostar bastante do futebol de resultado, a Espanha provou que jogar bonito não significa placares elásticos.


Foi a campeã mundial com a pior média de gols de todas as outras sete seleções que já ergueram a taça. Foram oito gols, em sete jogos, o que dá 1,14 gol por partida. E também a seleção espanhola - que não mais deverá ser chamada de Fúria, mas sim de Roja (vermelha) - foi a única campeã que começou perdendo uma Copa do Mundo, na derrota por 1 a 0 para a Suíça. Derrota esta que se não alterou a maneira de jogar dos espanhóis, pelo menos fez crescer uma certa desconfiança no time tido como franco favorito ao título. Como de fato se concretizou.


A Holanda, esta estava irreconhecível. Pelo menos para aqueles que puderam acompanhar os grandes momentos da Laranja Mecânica, vice-campeã em 1974 e 78, o que não foi o meu caso. Não jogava mais um futebol vistoso, mas sim pragmático, onde o ideal para eles era ganhar, não importasse como. Nesta brincadeira, abusou dos contra-ataques e do jogo sujo. Fez mais falta do que o normal e muita gente merecia ter sido expulsa logo no começo de jogo. Era o caso de Nigel de Jong, ao acertar um chute no peito de Xabi Alonso.


A Holanda teve chance de vencer, verdade seja dita. Não fosse os gols desperdiçados pelo atacante Robben. Desperdiçados ou méritos do goleiro Casillas, aquele que beijou a namorada jornalista? Sim, desperdiçado, afinal, atacante está lá para fazer gol e, teoricamente, a missão do goleiro é sempre mais difícil. Portanto foi um pouco dos dois. Méritos do goleiro e demérito total de Robben.


Foi uma final em que não dava para se dizer "quem não faz, leva". Nenhum dos dois fazia. Mas a Espanha fez. Aos 11 minutos do segundo tempo da prorrogação. Iniesta recebeu passe de Cesc Fàbregas e estufou as redes holandesas. O gol, vale lembrar, talvez só tenha saído porque o árbitro inglês, Howard Webb deixou de marcar um escanteio legítimo para a Holanda no lance anterior.


Fato é que o gol valeu, a posição de Iniesta (apesar da reclamação dos jogadores de laranja) era legal e a Fúria, ou melhor Roja para simbolizar o toque de bola desta nova geração, é a nova campeã do mundo! E a Holanda, bem, a Holanda é vice pela terceira vez. Nisto - e somente nisto - a Holanda de hoje se parece com a Holanda dos anos 70.


E não foi apenas pelo conjunto mostrado dentro de campo que a Espanha mereceu o título. Mereceu porque o país das touradas (as quais acho a pior prática daquele lugar) vem se destacando nos esportes profissionais nos últimos anos. É assim no tênis, na F-1, no basquete, no ciclismo e no motociclismo. É assim também no futebol.


Esta Copa do Mundo deixará saudades, claro. Como toda Copa deixa. "Ah, mas a média de gols foi baixa e os erros de arbitragem foram grotescos", alguns vão dizer. Ok, mas não é todo ano que vive-se 30 dias seguidos de puro futebol. Bom futebol, sim. Principalmente a partir das oitavas de final. Deverá deixar saudade, principalmente, ao país da África do Sul. Pelo povo que lá vive, pelos estádios modernos (que se não estavam todos prontos, pelo menos não deram vexame), pelas vuvuzelas, pela dança dos Bafana-Bafana. Enfim, por ser na África.


O Brasil tem muito a aprender (e fazer) daqui a quatro anos, se quiser ter uma Copa tão boa quanto. Melhor, não sei se será possível. Perdi a confiança em meu país há muito tempo. Mas tenho certeza que o mínimo de esforço deverá ser feito. Brasileiro não é bobo, só tem memória fraca. Os responsáveis pelo evento por aqui irão lembrar facilmente das pressões da FIFA e deverão entregar tudo em dia. Se não fizerem, será a maior vergonha do planeta. Simples assim.


Ah, e para encerrar o assunto, gostaria de dizer que Diego Forlán, do bom e guerreiro Uruguai, (4º colocado, assim como em 1954 e 70) foi eleito o melhor jogador da Copa. Casillas o melhor goleiro, Müller da terceira colocada Alemanha foi o artilheiro com cinco gols e três assistências (Forlán-URU, David Villa-ESP e Snjeider-HOL também tiveram cinco gols) e a Espanha foi premiada com o prêmio de Fair Play. Enfim, tudo muito justo. Como se espera em uma atividade esportiva.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Copa resumida


Pra quem acompanha futebol de verdade, como acredito que seja o perfil da maioria dos leitores deste blog, tenho certeza que nada do que lerem aqui será novidade.


Primeiramente peço desculpas pela ausência durante praticamente toda a Copa. Na época em que começou, eu me dividia entre trabalho e faculdade. Nos finais de semana, mais trabalho, principalmente na área esportiva, e também tarefas da faculdade. Eis que agora estou de férias das aulas, fui para o 8º e último período. Se tudo der certo, eu me formo no final do ano. Por isso, consegui um tempinho de vir aqui falar sobre a tal Copa do Mundo.


E essa Copa já pode ser considerada a Copa da "primeira vez". Sim, pois pela primeira vez um país sede, a África do Sul, caiu na primeira fase. Pela primeira vez a Copa foi disputada em continente africano. Pela primeira vez uma seleção europeia será campeã fora do continente europeu. Pela primeira vez Holanda ou Espanha serão campeões. E quase pela primeira vez que uma seleção africana chegou às semifinais.


Foi com Gana que este feito por pouco não ocorreu. Bastasse Gyan acertar aquele pênalti contra Uruguai aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação. Mandou no travessão. Aí, brilhou a raça uruguaia e a loucura de "El Loco" Abreu, ao bater a última cobrança com cavadinha.


Dos sul-americanos, além do Uruguai, vale destacar também o Paraguai. Jogou de igual para igual com a Espanha. Foi outra seleção vítima de pênalti mal cobrado. Engraçado que estes jogadores passam quatro anos da vida, trabalhando apenas para isso e quando chegam no momento derradeiro, as pernas balançam, a pressão aumenta e colocam tudo por água abaixo. É compreensível, afinal, não é fácil chegar onde chegaram. Mas já que os jogadores trabalham justamente para isso, fica difícil a aceitação.


Aos outros países da América do Sul, um ar de decepção. A Argentina pela forma melancólica como saiu. Apesar de jogar contra a poderosa Alemanha - que antes do Mundial começar nem era tida como favorita - os 4 a 0 sofridos foram além do esperado. Já o Brasil, pra mim era certeza que não levava essa Copa. Restava saber em qual fase cairia. Caiu nas quartas de final, contra a Holanda, agora finalista. Já o Chile, foi até onde dava para ir. Os jogadores foram recebidos como heróis. Só aqui no Brasil que perder a Copa é motivo de vergonha. Bom, depende também da forma como perdem.


As decepções da Copa, não há dúvidas. Foram a França, Itália e Inglaterra. A Fança chegou a ser humilhante. Havia uma podridão dentro do grupo que se refletiu dentro de campo. O novo técnico, Laurent Blanc terá trabalho para reconstruir a base da seleção. Já a Itália, sem comentários. Não é a primeira vez que um atual campeão mundial cai na primeira fase. Vide a França em 2002 (olha os franceses de novo, aí gente!). Mesmo assim, os italianos protagonizaram a melhor partida da primeira fase, na derrota por 3 a 2 para a Eslováquia. Mas com dois pontos não dá para se clasificar, nem aqui, nem na África do Sul. E o que falar da Inglaterra? Se tivessem sido competentes e terminado em primeiro do grupo C, não teriam cruzado com a Alemanha e, talvez, poderiam ir mais longe. Ficou para 2014.


Por falar neste ano, o Brasil tem muito que olhar esta Copa e corrigir erros para daqui a quatro anos. Acredito que as circunstâncias do país sede do próximo mundial, serão parecidas com as que foram apresentadas pelos sul-africanos. Time à parte, o show foi dado nas arquibancadas. As vuvuzelas, apesar da irritação que causaram em muita gente, fazem parte da tradição daquele povo. Não se pode alterar.


Esta semana a logomarca da Copa foi divulgada. Não era novidade, diga-se. O portal IG já havia mostrado algumas semanas antes. Mas enfim, a partir do momento em que soar o apito final no domingo e a Copa 2010 acabar, os olhos se voltarão para o Brasil. E muita coisa ainda tem que ser feita. E não se iludem pelo que a Globo poderá dizer nos próximos anos. Está claro que após a saída do técnico Dunga, a emissora carioca retomou as rédeas da CBF. Para a Globo, esta será uma Copa linda, maravilhosa, sem problema algum. Bom, espero que seja mesmo, mas em se tratando de Brasil, Ricardo Teixeira e políticos brasileiros, sabemos que não será nada assim.


Outra coisa: quase vomitei esta semana ao ver a entrevista do Teixeira dada no programa "Bem Amigos", do canal por assinatura SporTV. Disse que precisa haver uma renovação na seleção brasileira, para os próximos anos. Como que um cara que está há 21 anos na presidência de uma entidade, tem a capacidade de falar em renovação? Sinceramente não entendo. E se hoje não torço pelo Brasil no futebol, muito se deve a este infeliz homem, que sonha um dia em ser presidente da FIFA. Aí meus leitores, se isso vier a ocorrer, teremos que acompanhar o futebol em outro planeta, porque na Terra será insuportável.


E para finalizar, esta também foi a Copa em que um polvo, isso mesmo, um polvo palpitou sobre os resultados dos jogos e acertou todos. Além disso, teve outras coisas "fora da curva". Como foi o caso da modelo paraguaia Larissa Riquelme, que prometera posar nua, caso o Paraguai avançasse para as semifinais. Bom, ela deve ter gostado tanto da atuação de seu país contra os espanhóis, que mesmo sendo eliminado, posou assim mesmo, para delírio de diversos fãs internacionais.


Agora é esperar pela grande final, no domingo, 15h30. Minha torcida, não vou negar, será pela Espanha. Tenho bons motivos para torcer contra a Holanda. Um deles, é que no bolão ao qual estou participando, coloquei a Espanha como campeã. O país que já tem Fernando Alonso, Rafael Nadal e é atual campeão mundial de basquete, merece vai.