quarta-feira, 26 de março de 2014

Novamente Sturion

Claudemir Sturion está de volta ao Foz FC

Novamente a diretoria do Foz do Iguaçu Futebol Clube resolveu apostar no técnico Claudemir Sturion, para as disputas do Campeonato Paranaense da Segunda Divisão, que começam em julho, depois da Copa do Mundo.

A confirmação foi feita pelo próprio, ainda como técnico do Maringá e às vésperas da primeira semifinal contra o Coritiba, pelo Paranaense da Primeira Divisão.

O acordo já estava selado há alguns meses, antes mesmo de 2014.

Será a terceira passagem de Sturion como treinador do Foz FC.

Ele tem um bom currículo no futebol paranaense, tendo subido de divisão as equipes do Nacional de Rolândia (2008), Arapongas (2010) e Metropolitano Maringá (2013). Teve passagem também pelo Camboriú, na Primeira Divisão Catarinense de 2013, mas foi demitido após rebaixar a equipe.

No "Azulão da Fronteira", Sturion treinou o time no Acesso de 2007. A equipe fez uma boa campanha, mas perdeu a vaga à elite do futebol paranaense na última rodada do quadrangular final, em Toledo.

Na extinta Copa Paraná de 2008, o time iguaçuense poderia ter sido campeão do 1º turno com uma rodada de antecedência, o que garantiria vaga antecipada na final, mas tropeçou em casa contra o Cianorte e foi decidir contra o Londrina, no Estádio do Café. No jogo em que um empate bastaria ao Foz, terminou o primeiro tempo com vitória parcial do Londrina por 3 a 0. O Foz reagiu na segunda etapa, com dois gols, mas era tarde.

Dois anos se passaram e a diretoria resolvia apostar novamente em Sturion, mas pouco depois de ser anunciado, acertou com o Arapongas, e disputou a mesma Divisão de Acesso, conquistando uma das vagas (a outra foi do Roma de Apucarana). E por fim, em 2011 foi convidado a ser gerente de futebol, cargo novo no time. Quem não gostou nada disso foi Pedro Caçapa, que seria o treinador e se sentiu traído, por não ter sido consultado sobre a contratação de Sturion à época. Os dois chegaram a ficar hospedados no mesmo hotel.

Agora, em 2014, com uma temporada que se mostra a mais promissora em termos de recursos financeiros, a diretoria do Foz FC dará um novo voto de confiança a Sturion, esperando que ele repita campanha semelhante ao que conquistou com o Maringá, que entre os quatro primeiros do estado, já garantiu vaga na Série D do Brasileiro e Copa do Brasil de 2015.

É o que torcedor também espera.

Vai depender do elenco e do novo "velho" treinador.

Foto: Divulgação

quinta-feira, 13 de março de 2014

Arquibancadas vazias



O atual campeão da Libertadores da América, Atlético Mineiro, esteve na noite desta quarta-feira (12) no Estádio Ansenio Enrico, do clube 3 de Febrero, em Ciudad del Este, para enfrentar o Nacional pela terceira rodada da segunda fase do torneio continental.

O time paraguaio mandou seu jogo na cidade de fronteira com o Brasil, através de Foz do Iguaçu, em uma tentativa de aumentar sua renda, justamente pela proximidade com o vizinho país, assim como fizera em 2012, quando perdeu para o Corinthians no mesmo local, pela mesma competição.

Acontece que antes mesmo de a bola começar a rolar, já era previsto que a torcida não lotaria as arquibancadas igual ocorreu com o alvinegro paulistano. Tanto que desta vez o espaço destinado à torcida local do Nacional foi maior do que há dois anos.

Segundo informações não oficiais, o público total do Estádio 3 de Febrero no jogo Nacional x Galo foi de 5.603. A maioria de torcedores do Nacional. Mesmo o Atlético Mineiro tendo Ronaldinho Gaúcho, atração para qualquer fã de futebol.

Alguns fatores ajudam a entender o motivo de um público tão escasso. 

1) Horário das 22h - A partida foi transmitida na TV por assinatura pela Fox Sports e na TV aberta, pela Globo Minas. Nós sabemos que são as emissoras de televisão que determinam os horários dos jogos e que tradicionalmente no Brasil o horário das 22h é praticamente uma determinação da Globo, por ser depois da novela e do programa Big Brother. Com isso, na melhor das hipóteses, o jogo termina 23h45. Mesmo para quem mora em Foz do Iguaçu, não chega em casa antes da 1h. E sendo meio de semana, complica ainda mais.

2) Pouca torcida na região Oeste do Paraná - Quem mora na região de Foz do Iguaçu, Cascavel e cidades vizinhas sabe que a maioria dos torcedores é de clubes paulistas, gaúchos e alguns cariocas, especialmente o Flamengo. A dupla Atlético Mineiro e Cruzeiro não possui muitos torcedores por aqui, exceto um ou outro mineiro ou admirador dos clubes. Por isso a maioria da torcida do Galo foi composta na arquibancada por pessoas que vieram de Minas Gerais e alguns fãs de futebol, para verem de perto Ronaldinho Gaúcho, Jô, Victor e Diego Tardelli.

3) Preço dos ingressos - Acredito que este tenha sido o fator principal para afastar o público do Estádio 3 de Febrero. Oras, se o Nacional queria ter renda na partida, que ao menos a empresa Online (assessora do estádio) e a direção do clube chegassem a um acordo para fazerem um preço mais acessível ao torcedor. Pegando o dólar a R$ 2,44, o ingresso mais barato, das arquibancadas laterais, custava aproximadamente R$ 122. O mais caro, nas cadeiras, R$ 220. Isso só o ingresso, sem transporte. Até mesmo para a torcida visitante o preço foi considerado alto. De acordo com o Diretor de Jornalismo da rádio CBN, Guilherme Wojciechowski, o valor cobrado normalmente em partidas do Campeonato Paraguaio fica entre 20 mil a 40 mil guaranis, em torno de 10 a 20 reais. Para o jogo da Libertadores o valor era de G$ 60 mil, ou aproximadamente R$ 30.

O Nacional do Paraguai está vivo na competição, em segundo no grupo 4, com quatro pontos. Tem chances de passar para as oitavas de final e pegar, quem sabe, um Grêmio, Flamengo ou qualquer outro clube brasileiro. E talvez (por que não?) mandar outro jogo para Ciudad del Este, com o objetivo de atrair maior público. Caso isso aconteça, os valores terão que ser revistos, pois quanto a horários, não tem muito o que se discutir, já que a televisão é quem paga para transmitir.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Regalias exageradas da Coreia do Sul



Dias desses, na rede social Facebook, levantei a questão de que o Campeonato Paranaense estava chegando ao final e havia uma conversa de o Coritiba mandar um jogo do estadual em Foz do Iguaçu, por conta da parceria com a equipe profissional da cidade, o Foz Futebol Clube.

Não tinha me dado conta que um dos motivos de tal jogo não acontecer foi pelas reformas no Estádio do ABC para receber treinamentos da seleção da Coreia do Sul durante a Copa do Mundo no Brasil, entre junho e julho, como bem lembrado pelo diretor de marketing do clube iguaçuense, Roberto Mafra e pelo presidente Arif Osman.

Outra questão é que mesmo com as obras no ABC praticamente encerradas, a delegação coreana teria pedido exclusividade para o uso do estádio, podendo restringir até aos próprios proprietários no Campeonato Veterano, sem dizer ao Foz Futebol Clube nas categorias de base e o time de futebol americano, Black Sharks. O veto duraria até a chegada e saída da seleção sul-coreana.

O Centro de Treinamento oficial da FIFA é o Estádio Pedro Basso, único na cidade aprovado pela entidade a receber treinamentos de seleções. O Estádio do ABC foi uma espécie de segunda opção da Coreia do Sul, para evitar desgaste do gramado no primeiro local de treinamento.

Isso tem causado alguns desconfortos para os times de Foz do Iguaçu. Em janeiro, a equipe feminina do Foz Cataratas teve que mandar seu jogo de estreia na Copa do Brasil, contra o São José (SP), em Santa Terezinha de Itaipu. Normalmente a equipe utiliza o Pedro Basso, mas na ocasião tanto lá, quanto no ABC, estavam interditados. Não dá para dizer que se o time iguaçuense tivesse jogado "em casa", evitaria a eliminação precoce no torneio nacional, mas é um fator que não pode ser descartado.

Agora às vésperas de começar o Paranaense Sub-18, o Foz FC encontra problema semelhante, sem saber onde poderá mandar suas partidas em parceria com o ABC.

Creio ser um tanto exagerado, caso seja mesmo verdade que a Coreia pediu tal exclusividade do estádio. Não seria para tanto e aceitar isso por parte dos responsáveis pela vinda da seleção à fronteira foi um erro que poderia ser evitado.

Por mais que a Coreia do Sul traga toda a visibilidade a Foz do Iguaçu como dizem (afinal, é uma seleção participante da Copa do Mundo), não se trata de uma potência mundial no futebol. Não se compara a uma Alemanha, Itália, França, Espanha, Argentina ou Brasil. Foi quarta colocada em 2002 muito por conta da genialidade do técnico holandês Guus Hiddink e da arbitragem caseira que prejudicou italianos e espanhóis nas oitavas e quartas de final, respectivamente.

Em outras palavras, será ótimo ter a presença de uma seleção da Copa do Mundo em Foz do Iguaçu. Vai gerar visibilidade, movimentar o turismo e a economia do município, mas convenhamos que a Coreia do Sul não está com essa bola toda para exigir regalias que podem atrapalhar o andamento do esporte iguaçuense.

"Ah, mas a passagem dela vai deixar um legado na cidade, com a reforma dos estádios". Ótimo, era o mínimo que se esperava com os investimentos feitos pela iniciativa privada. A menos que a Coreia do Sul tenha pago parte das reformas no Estádio do ABC, o que não parece ser o caso, a exigência foi desnecessária.