quarta-feira, 12 de março de 2014

Regalias exageradas da Coreia do Sul



Dias desses, na rede social Facebook, levantei a questão de que o Campeonato Paranaense estava chegando ao final e havia uma conversa de o Coritiba mandar um jogo do estadual em Foz do Iguaçu, por conta da parceria com a equipe profissional da cidade, o Foz Futebol Clube.

Não tinha me dado conta que um dos motivos de tal jogo não acontecer foi pelas reformas no Estádio do ABC para receber treinamentos da seleção da Coreia do Sul durante a Copa do Mundo no Brasil, entre junho e julho, como bem lembrado pelo diretor de marketing do clube iguaçuense, Roberto Mafra e pelo presidente Arif Osman.

Outra questão é que mesmo com as obras no ABC praticamente encerradas, a delegação coreana teria pedido exclusividade para o uso do estádio, podendo restringir até aos próprios proprietários no Campeonato Veterano, sem dizer ao Foz Futebol Clube nas categorias de base e o time de futebol americano, Black Sharks. O veto duraria até a chegada e saída da seleção sul-coreana.

O Centro de Treinamento oficial da FIFA é o Estádio Pedro Basso, único na cidade aprovado pela entidade a receber treinamentos de seleções. O Estádio do ABC foi uma espécie de segunda opção da Coreia do Sul, para evitar desgaste do gramado no primeiro local de treinamento.

Isso tem causado alguns desconfortos para os times de Foz do Iguaçu. Em janeiro, a equipe feminina do Foz Cataratas teve que mandar seu jogo de estreia na Copa do Brasil, contra o São José (SP), em Santa Terezinha de Itaipu. Normalmente a equipe utiliza o Pedro Basso, mas na ocasião tanto lá, quanto no ABC, estavam interditados. Não dá para dizer que se o time iguaçuense tivesse jogado "em casa", evitaria a eliminação precoce no torneio nacional, mas é um fator que não pode ser descartado.

Agora às vésperas de começar o Paranaense Sub-18, o Foz FC encontra problema semelhante, sem saber onde poderá mandar suas partidas em parceria com o ABC.

Creio ser um tanto exagerado, caso seja mesmo verdade que a Coreia pediu tal exclusividade do estádio. Não seria para tanto e aceitar isso por parte dos responsáveis pela vinda da seleção à fronteira foi um erro que poderia ser evitado.

Por mais que a Coreia do Sul traga toda a visibilidade a Foz do Iguaçu como dizem (afinal, é uma seleção participante da Copa do Mundo), não se trata de uma potência mundial no futebol. Não se compara a uma Alemanha, Itália, França, Espanha, Argentina ou Brasil. Foi quarta colocada em 2002 muito por conta da genialidade do técnico holandês Guus Hiddink e da arbitragem caseira que prejudicou italianos e espanhóis nas oitavas e quartas de final, respectivamente.

Em outras palavras, será ótimo ter a presença de uma seleção da Copa do Mundo em Foz do Iguaçu. Vai gerar visibilidade, movimentar o turismo e a economia do município, mas convenhamos que a Coreia do Sul não está com essa bola toda para exigir regalias que podem atrapalhar o andamento do esporte iguaçuense.

"Ah, mas a passagem dela vai deixar um legado na cidade, com a reforma dos estádios". Ótimo, era o mínimo que se esperava com os investimentos feitos pela iniciativa privada. A menos que a Coreia do Sul tenha pago parte das reformas no Estádio do ABC, o que não parece ser o caso, a exigência foi desnecessária.

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