segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria



Este espaço normalmente é dedicado somente aos esportes.

Porém, diante dos acontecimentos tristes do domingo (27) em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, é impossível não se comover e não escrever algumas poucas palavras. Embora nada do que seja escrito poderá aliviar a dor da família dos jovens mortos na maior tragédia enfrentada pelos gaúchos.

O Brasil inteiro - e partes do mundo também, pois a imprensa mundial deu grande destaque - está de luto e certamente sua população jamais esquecerá este final de semana macabro.

Nas redes sociais surge um movimento pedindo para que os gremistas vistam preto (uma das cores do Tricolor Gaúcho) nesta quarta-feira (30), na Arena em Porto Alegre, no jogo de volta da fase preliminar da Libertadores, contra a LDU, do Equador.

A direção do Grêmio queria adiar o jogo, assim como a rodada de domingo do Campeonato Gaúcho foi adiada. O time equatoriano foi contra, pois já está na capital gaúcha desde o sábado (26) e não pretende fazer duas viagens ao Brasil. Mesmo o presidente Fábio Koff se colocando à disposição para pagar as despesas do adversário. É um direito deles quererem jogar.

Voltando ao incêndio que vitimou mais de 230 pessoas, a maioria intoxicada pela fumaça. 

É de se revoltar quando paramos para pensar e concluimos que poderia ser evitado.

A boate Kiss tinha apenas uma saída (a mesma que servia de entrada), o local estava lotado, alguns seguranças impediram a passagem de várias pessoas, querendo conferir o pagamento do que haviam consumido. A espuma que forrava o teto e isolava o som para fora da casa noturna era altamente inflamável, facilitando a proliferação do fogo e gases tóxicos. O extintor que não funcionou. As luzes de emergência que não existiam. Ou se existiam, não acenderam.

Tudo isso contribuiu para o aumento de vítimas, mas foram consequências. Consequências de um erro estúpido que iniciou todo o desastre.

O uso do sinalizador em ambiente fechado.

Por mais que seja tradição da banda Gurizada Fandangueira, jamais poderia se permitir o uso de tal artifício naquela ocasião.

Evidente que o vocalista não teve a intenção de causar tamanha desgraça, mas não lhe tira a atitude irresponsável, e deverá responder por isso. Assim como os donos da boate, já que todas as falhas ficaram evidentes depois do acidente e também, embora esse mais difícil, o responsável da prefeitura que autorizou essa casa noturna funcionar.

E novamente no Brasil, é preciso ocorrer uma tragédia para que as autoridades tomem certas atitudes, como fiscalização de estabelecimentos, conferindo a segurança, etc.

Nota-se que a prevenção foi deixada de lado, mais uma vez...

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